segunda-feira, 17 de junho de 2013

NEURODIDÁTICA



Os Neurônios – Espelho

I – O QUE SÃO?
Um tipo especial de neurônio que reflete o mundo exterior e interioriza as ações percebidas e imitadas pela visão; pela audição, por gestos ou pela intenção do observado. Os neurônios-espelho fornecem uma experiência interna direta – a compreensão dos atos, intenção, emoção de outra pessoa. São responsáveis pela capacidade de imitação e pela incorporação de hábitos e comportamentos, desde o nascimento.
IMPORTANTE: Os autistas apresentam distúrbios nos neurônios-espelho, conforme pesquisas da Neurociência, embora não se saiba a causa.



II - COMO FUNCIONAM?


Existem em todo o cérebro e são mais bem acionados diante de uma situação ou atividades significativas. 
                                                                                                              
Ex: Os neurônios-espelho são mais ativados, quando vê alguém colocar alimentos na boca, do que se vê colocando em uma vasilha. Daí, eles são estimulados pelas necessidades básicas, pelo nível de desenvolvimento ou pela motivação- a imitação é um processo de internalização nas ações vitais ao ser humano (comer, dormir, sorrir, falar, andar, etc.) – compreensão do objetivo e da intenção.
·         A ação é representada no cérebro como se a própria pessoa realizasse a comunicação. Isto acontece por empatia e é fator da reversibilidade.

Ex: Ver alguém apanhar uma flor e cheirá-la produz estimulação das áreas motoras; do olfato; do apanhar e cheirar, juntamente com a compreensão do prazer e da alegria da pessoa observada. Também ver alguém chorar estimula as lágrimas; o aperto no coração; produz a compreensão da dor, a empatia, a cooperação, etc.
III – A IMPORTÂNCIA DA IMITAÇÃO NO PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO
·         É o meio mais direto para aprender, bem como transmitir hábitos, habilidades, a linguagem e a cultura: a genética só dá a estrutura; o meio é que determina o desenvolvimento humano em sua maior parte.
·         É mais eficaz quanto mais significativa, clara, bem realizada.  dosada.
·         É necessário integrar os sentidos, os movimentos e a interpretação das ações, a memorização, produzindo o aprendizado e generalização pelo desenvolvimento dos processos mentais básicos e os superiores.
IV – COMO ESTIMULÁ-LOS:
Desde o nascimento (e, sobretudo de 0 – 6 anos) é necessário: observar e estimular situações de imitações e de repetições (pegar, ativar, soltar, manipular, puxar, colocar, buscar, etc.).
·         Observar a compreensão de intenções (sorriso, desaprovação, fala alimento, estimular, banho e brinquedo).
·         Possibilitar desde o primeiro ano situações de imitações pelo faz de conta, histórias, dramatizações, cantigas de roda, poesias com fatos simples, pequenas frases lógicas e emoções, relacionadas com o que se deseja ensinar – paridade de significações para o professor e o aluno.
·         Garantir as conexões entre ação, intenção, compreensão do comportamento humano, ou seja, pensar sobre os outros e sobre si mesmo.
(Nos autistas, há distúrbios na atuação dos neurônios-espelho na imitação, no comando motor das ações, na apreensão das visões dos outros, na falta da comunicação das emoções e compreensão de ações ou intenções – pela falta de percepção do rosto humano, segundo a Neurociência).
·         É preciso que haja um trabalho de integração dos sentidos com linguagem (várias áreas diferentes) e estas com as áreas de interpretação (motora, sensoriais, da linguagem) utilizando atividades manipulativas de acordo com interesses, buscando a integração visual, auditiva, motora, fala leitura, etc. através de informações sensoriais, compreensão da linguagem, movimentos, percepções e emoções.


Organização: Mª de Lourdes Fioravante

 O Cérebro e o Processo de aprendizagem em Rede

Segundo a neurociência, o cérebro é uma rede complexa de 100bilhões de neurônios com cerca de 100 trilhões de conexões que desencadeia todas as ações humanas, físicas, sejam emocionais, mentais e espirituais.
O período de maturação dos neurônios ocorre entre 0 -3 anos e amadurecem sobretudo até os 10 anos, aumentando as sinapses até a adolescência. Até os 30 anos, essas sinapses se desenvolvem em ritmo mais lento, de acordo com as condições e a estimulação dos neurônios até o final da vida.
Assim, o cérebro se altera quando aprende algo, ou seja, quando compreende e sabe fazer.
É importante que os pais e professores saibam que o cérebro funciona em rede, com áreas e funções responsáveis pelas percepções e sensações, pela memória, pelas emoções, pela linguagem e todas as ações internas e externas. Essas conexões serão mais eficientes e duradoras se forem compreendidas e relacionadas às experiências e aos conhecimentos de quem aprende, ou seja, de acordo com os interesses e a condição do aprendiz . Quanto mais a criança experimentar, manipular, realizar ações concretas, melhor serão construídos os conceitos necessários à compreensão e expressão de idéias,, sequência lógica,relações de causa e feitos, de  lugar; tempo; finalidade etc.
E isto se comprova nas cartografias cerebrais produzidas por Wilder Penfield. Ele mostra que nos 2 hemisférios do cérebro predominam as áreas das mãos, pés,boca: a manipulação e as atividades psicomotoras são imprescindíveis no desenvolvimento do cérebro e para a aquisição da língua, dos conceitos e conteúdos a serem aprendidos .
As descobertas sobre neurônios  espelho e os neurônios grade confirmam que a imitação de modelos e a compreensão do espaço-tempo são as bases da aprendizagem.Por isso, desde a infância de acordo com o amadurecimento psico-físico da criança, devem ser priorizadas as imitações de hábitos da vida diária, de descobertas com jogos,estórias,dramatizações, etc.
Pela imitação a criança estabelece as semelhanças e diferenças em si, nos objetos e no mundo; assimila os hábitos de higiene, as atividades de vida diária ( sono, repouso, alimentação etc) e incorpora regras de comportamento. Isto é essencial para a formação de sua identidade e o desenvolvimento sócio-emocional harmonioso. A imitação regular e adequada ; as atividades de localizações , a organização do espaço, favorecem a memória significativa e o desenvolvimento mental: não há uma verdadeira aprendizagem sem uma boa memória. Para isto , é necessário uma estimulação integrada,regular e motivadora das percepções, sensações,da memória e da linguagem, pois estas funções do cérebro estão em áreas e locais diferentes e ainda são pouco conhecidos. Por exemplo: a linguagem apresenta várias áreas nos 2 hemisférios,( mais ou menos 60 ) e há áreas específicas para a fala; para a leitura; para a prosódia ( correspondência/fala); para a sintática ( organização das frases); para a escrita ( correspondência fonema/grafema); para a morfologia e para a ortografia ( escolha da letra certa) e para a semântica (significado das palavras). Nas pesquisas, ficou demonstrado que a função semântica preside as outras, ou seja, é preciso compreender para falar, escrever,ler ou realizar com sucesso qualquer operação cognitiva e comportamento.
Sistematicamente devem ser estimuladas as conexões entre os neurônios onde os estímulos elétricos facilitados pelo interesse e ação motivadora de quem aprende.
Segundo a neurociência o interesse desencadeia vários neurotransmissores que mantêm e estimula a aprendizagem Os mais importantes são:
Serotonina – produz a sensação de prazer e interesse e mantém o esforço necessário para     aprender cada vez mais.
Dopamina – mantém a atenção e a concentração.
Endorfinas – mantém a alegria e o bem-estar proporcionado pela aprendizagem, além de    ajudar na superação das frustrações e sofrimentos.
Para que tais conexões ocorram com sucesso é necessário que o cérebro possa ser alimentado pelo oxigênio (respiração) e a glicose (nível físico)..
O alimento cognitivo se constitui na disciplina da atenção e concentração estimulando e mantendo a percepção, memória e raciocínio Este é o trabalho pedagógico do Ioga Integral na Educação - a essência do Projeto MELP. Os Centros de Interesse são projetos que oferecem desafios, problemas e conhecimentos adequados à idade e interesse do aprendiz.
De acordo com a neurociência o Ensino Básico deveria se estruturar em 2 eixos:
1º- Desenvolver na criança a capacidade de representação, recreação e manutenção do que aprendeu, pela educação dos sentidos, da memória, percepção, atenção etc, pelo uso de várias linguagens e pela integração das atividades.
2º- Desenvolver a capacidade de abstração (formar conceitos) e desenvolver as funções cognitivas, tais como: compreensão / discriminação /  reconhecimento / simbolização / generalização /transferência / adaptação /a modificação / substituição / criação / ,etc   - um processo de construção da aprendizagem por estruturas.
A ação pedagógica deverá,  pois, articular estruturalmente as áreas  essenciais do desenvolvimento humano dosando a psicomotricidade ( mais de 1 a 6 anos); a linguagem (+ de 6 a 8 anos); a representação (de 8 a 11 anos) e a conceituação (de 11 a 15 anos).
Isto que é realizar a verdadeira educação de qualidade, abrindo todas as potencialidades de um Ser Humano livre e feliz.


          O cérebro e as  fases do pensamento infantil


1º - O cérebro tem mais de 100 bilhões de neurônios ( no nascimento); há redução devido a adaptação;desuso ou danos cerebrais e crescimento ou diversificação pelo estímulo do meio ambiente.
2º - O cérebro se altera quando prende algo, compreende e sabe fazer: O desenvolvimento é mais forte nos primeiros anos ( de 0 a + ou – 10 anos).
3º - A estimulação do cérebro e da aprendizagem será mais eficiente, se for regular, sistematizada e em rede. Isso só pode ocorrer pela educação (repetição, organização e reorganização sistematizada de atividades, informações e recursos, de acordo com nível e  interesses do aprendiz.
4º - O cérebro aprende sempre por associações: em 1º lugar por semelhanças (igual a, parece com, etc.) e depois por diferenças (aparência, som, cor, uso,etc.) Esta é a base da formação dos conceitos: o que é? como é? com que se parece? Para que serve? como? Quando? por que? onde ? com que? Etc.
5º - Esses conceitos são aprendidos pela manipulação; pela percepção; vivência e comunicação;compreensão; interpretação que produzem a modificação progressiva das sinapses e conexões do cérebro, utilizando mais as mãos, pés e boca: cartografias cerebrais mostram que os dois hemisférios apresentam mais áreas motoras das mãos, pés e da  boca.(Wilder Penfield).
6º - Essas conexões se estabelecem pela circulação progressiva dos tipos de conhecimento: de acordo com as fases de desenvolvimento  cognitivo ( Jean Piaget):
De 1 a 3 anos ( pensamento sensório-motor) maior  estimulação dos sentidos e das percepções do mundo (pegar/cheirar, puxar/empurrar,etc ) , através da imitação (neurônio-espelho).
De 3 a 6anos ( pensamento pré-operatório) coordenação dos movimentos globais e específicos utilizando mãos, pés e boca na formação dos conceitos básicos com jogos, desenhos , brinquedos ( correr,pular,subir,descer,por, tirar, dar, pedir etc) iniciando a socialização e a linguagem pela imaginação e vivências.
De 6 a + ou – 10 anos ( pensamento operatório concreto) maior coordenação, diversificação e articulação dos movimentos globais e específicos, com o controle, destreza, rapidez e precisão das mãos, pés e boca através de jogos, brincadeiras, dramatizações, cantigas, rimas, histórias,etc. É a fase da apropriação da língua pela alfabetização e pelo progressivo  domínio da linguagem – essenciais  para a expressão do pensamento.  Permitindo o uso e consolidação dos conceitos básicos nas áreas de conhecimento(linguagem,ciências e matemática,sociedade, etc).
De 11 a + ou – 16 anos (operações formais) formação e uso de conceitos e relações abstratas ( classificação,seleção, organização, previsão,generalização,análise, síntese, aplicação de regras e princípios) utilizando a linguagem e as lógica matemática nas percepções físicas e mentais para manipular, compreender , modificar e expressar situações, fatos, informações, textos, etc.
Organizando, avaliando e demonstrando com lógica, propriedade e beleza.









                             O Cérebro e a Linguagem        
       A linguagem e a formação de  conceitos : Como pensamos?

O pensamento e a linguagem se formam e se desenvolvem basicamente pela articulação das áreas e funções do cérebro integradas às áreas de linguagem: tudo o que é pensável depende do uso de uma linguagem, em suas diversas formas de expressão: é isto que caracteriza uma determinada cultura e sua evolução. Daí, a importância do trabalho educacional para estimular tais conexões que se dão em rede e tem uma complexidade, ainda não desvendada pela ciência atual.
Entretanto, podemos dizer que no ensino da língua como suporte para este desenvolvimento é essencial: quanto melhor a aprendizagem da língua maior será a riqueza vocabular e conceitual, maior o desenvolvimento cognitivo e consequentemente, melhor aprendizagem. Ora, a aprendizagem da língua é complexa e depende de diversas áreas/funções do cérebro que resultam na organização lógica do pensamento. Assim, a linguagem é elaborada por associação/estruturação dinâmica dos símbolos logicamente ordenados e socialmente compartilhados pela linguagem oral e escrita, verbal ou não verbal. Por isso é necessário que haja um trabalho sistematizado e regular no ensino da língua para desenvolver as estruturas neuronais das áreas do cérebro que coordenam , integram , compensam, combinam, guardam ou excluem progressivamente várias redes de percepções, reações e ações de acordo com o maior ou menor significado (aspecto semântico); maiores e melhores lembranças.
Desse modo qualquer aprendizagem significativa dinamiza uma rede de neurônios em funções (linguagem, audição, tato , olfato, visão , movimentos, sensações etc) que se integram em áreas de associações de interpretação que produzem comportamentos, garantem a compreensão , e consequentemente, a memorização ativa e a aprendizagem.
É necessário a estimulação integrada, regular e motivadora, com vários recursos  concretos e atividades lúdicas na fase inicial, + ou – até os 7 anos, dosando aos poucos recursos semi concretos e representativos, de  acordo com os interesses da criança.
Assim, as conexões amadurecem e desenvolvem mais nos primeiros anos até a adolescência.
Quanto mais situações concretas e sistematizadas  ocorram, utilizando o corpo, mais efetiva será a aprendizagem: os mapas cerebrais mostram no cérebro, a predominância relevante das áreas das mãos, pés e boca nos 2 hemisférios : o aprender a fazer ativa ainda mais o cérebro – é  ele quem vê, fala, ouvemovimenta-se, compreende e faz.
Segundo a neurociência, a estrutura genética fornece apenas o equipamento básico do corpo e da mente – as interações com o meio é que desenvolvem e mudam a configuração do cérebro. Isso será mais intenso nos primeiros anos até a adolescência e continua por toda a vida, desde que haja uma regularidade na educação dos sentidos, na respiração consciente.  Assim, as atividades de percepção visual, auditiva, tátil e olfativa, com música, ritmo e todas as formas de expressão artística, devem constituir um programa para formar hábitos saudáveis de vida e de estudo pois melhora a aprendizagem e a auto estima, facilitando a assimilação de conceitos; a generalização e a aplicação dos conhecimentos pelo uso competente da linguagem e de outras formas de expressão.  
Por outro lado também  há  várias áreas de  linguagem  nos 2 hemisférios,( mais ou menos 60), e áreas especificas para a fala ( linguagem oral); a prosódia ( correspondência escrita/fala); para leitura; a sintática(organização das frases) e a  semântica  ( significado das palavras/frases) bem como a morfologia e a ortografia.Segundo a neurociência é a   aprendizagem semântica que aciona os neurotransmissores ( elementos químicos segregados pelos neurônios e pelas glândulas endócrinas). Eles estabelecem as conexões entre os neurônios que fortalecidas, produzem a dopamina ( mais facilidade e desejo de aprender); a serotonina ( + alegria) e as endorfinas ( mais bem estar e saúde). Daí, melhor desenvolvimento da atenção, assimilação e aplicação do que é aprendido, além da autodisciplina e interesse progressivo em saber mais.
A linguagem é pois “ uma produção humana voltada para o mundo exterior (conjunto de símbolos corretamente ordenados difundido para fora do organismo) e representação intracerebral desses símbolos e regras para associá-los. O cérebro representa a linguagem e qualquer  outro objeto da mesma forma”, diz o prof. Antonio Damásio – Revista Mente e cérebro – especial Percepção (pag22).
Isso significaria para nós, que é necessário um trabalho metodológico sistematizado,para ativar e articular essas áreas do cérebro, sempre referidas ao interesse e necessidades da criança bem como ao seu nível de desenvolvimento.Consequentemente, o ensino da leitura e da aquisição da língua materna precisa realizar esse trabalho que,sem dúvida, interfere na produção de conceitos  e generalizações necessárias ao raciocínio lógico. È o que confirma Vygotsky, quando diz que toda palavra é uma generalização, ou seja, contém conceitos que precisam ser compreendidos para que sejam assimilados.


                                   Como se articulam as áreas do cérebro

A complexidade e a importância dessas relações tem sido objeto da neurociência cujos mecanismos estão sendo estudados e ainda não são totalmente conhecidos. É o que acredita o professor Antonio Damásio quando mostra a interação de três conjuntos de estruturas neuronais: “ o primeiro conjunto é composto de numerosos sistemas neuronais dos dois hemisférios: representa interações não lingüísticas entre o corpo e o seu meio, percebido por diversos sistemas sensoriais e motores” (idem pag. 24). Esse conjunto  forja uma representação  de tudo, o que uma pessoa faz, pensa ou sente: a forma, a cor, a sucessão no tempo ou a importância emocional, criando representações de nível superior pelas quais gera os resultados dessa classificação. Continua Damásio “ Assim, ordenamos intelectualmente objetos, eventos e relações. Os níveis sucessivos de categorias e representações simbólicas produzidos pelo cérebro nossa capacidade de abstração e metáfora.”  (id.ibd).
Esse sistema de percepções sensoriais e motoras constituem a área associativa primária com maior ou menor representação do que a criança vê, ouve sente e faz. Isto acontece pela ativação dos neurônios-espelho ( imitação de gestos, comportamentos, emoções e movimentos) e dos neurônios grade ( percepção de espaço e tempo: localização, posição, direção, duração etc).
Então é necessário  repetição dos estímulos e das situações, para que haja discriminação e reconhecimento, o que vai levar à formação de conceitos , de classe, tempo,lugar, posição, duração, quantidade, etc – básicos para a construção do conhecimento em todas as áreas e internalização dos conceitos.
Esse é o trabalho essencial na área da Educação Infantil e series iniciais do Ensino Básico na educação dos sentidos, ou sejaassociar um conceito a imagens, sons,experiências positivas  o que vai levar a maior retenção e a generalização para outros conceitos. Isto produzirá mudanças químicas nas sinapses, por seleção, acolhimento e reconstrução das informações recebidas através de estímulos e interações ambientais.
segundo,” um conjunto menor de estruturas neuronais, geralmente situadas no hemisfério esquerdo, representa os fonemas, suas combinações e as regras sintáticas de ordenação das palavras em frases. Quando solicitados pelo cérebro, esses sistemas reúnem palavras em frases  destinadas a ser ditas ou escritas, se demandados em reação a um estimulo lingüístico externo (uma palavra ouvida ou um texto lido) asseguram os processamentos iniciais das palavras e frases percebidas “(id.ibidem). nesse conjunto ocorrem provavelmente as associações secundárias, resultantes da  compreensão e interpretação das representações das palavras e frases, através da configuração visual e auditiva, o que precisa ser feito sobretudo

na fase da alfabetização ou aquisição de conceitos novos, pois o cérebro busca as informações semelhantes ao estimulo para identificá-lo e expressá-lo. Sendo o nosso foco a questão da alfabetização, essas relações precisam ser sistematicamente repetidas para fixação da aprendizagem e internalização dos conceitos e uso competente em outras situações. Isto é fundamental para a leitura fluente e compreensiva, o que depende do hábito da leitura oral e da leitura silenciosa realizada diariamente.
terceiro conjunto “também presente no hemisfério esquerdo, coordena os dois primeiros. Produz palavras a partir de um conceito ou conceitos a partir de uma palavra.” (idem ,ibidem).
Os jogos de linguagem, as adivinhações, os desafios, os problemas, etc, são fontes para o exercício das associações terciárias e, daí, para generalizações e abstrações cada vez  mais amplas.
Um currículo nas fases iniciais deve caracterizar-se por todas as formas  de conhecimento e de expressão:as atividades lúdicas, as histórias, as músicas, as  danças, tornam-se meios de construção da personalidade do desenvolvimento das estruturas cognitivas e do avanço nas relações interpessoais, no conhecimento lógico- matemático , na representação do mundo e no desenvolvimento da linguagem, da leitura e da escrita.
Embora a aprendizagem jamais tenha fim, as bases do saber são lançadas já na infância: quando  a escola dá à criança os estímulos intelectuais que o cérebro precisa, as capacidades mentais pode se desenvolver melhor- e aprender se torna fácil.  Em especial a pré-escola até as quatro primeiras séries, os pedagogos deve oferecer estímulos em abundância e que sejam sempre associados a situações de alegria, de novidade e sucesso.

“Curiosidade, interesse, alegria e motivação são os pré-requisitos necessários ao aprendizado do que quer que seja. São essas condições que os sistemas educacionais deveriam criar, estimular e consolidar – aliás, não só no ensino fundamental mas já antes dele . Todo ser humano quer aprender a vida inteira , desde o momento em que nasce ”, diz Gerhard Friedrich, doutor em Pedagogia ( Mente e cérebro- especial como o cérebro aprende pág. 11)
Para isto, é preciso alimentar o cérebro todos os dias. Como? Os iogues e todos que lidam com a saúde, sabem que a respiração correta e os hábitos saudáveis de alimentação, sono e repouso bem como as atividades físicas desenvolvem o corpo e a mente ativando as capacidades de concentração e atenção para aprender melhor e tornar-se um Ser integral.
Tais procedimentos produzirão sem dúvida, as condições para a expressão criadora – a organização e expressão de todas as formas de manifestação humana de uma cultura.


Bibliografia:
Andrade, Alexandrino  ET  alli – Desenvolvimento Motor, a maturação das áreas corticais e a  atenção na aprendizagem motora. Revista Digital. Buenos Aires nº 78.
Apostilas: 1- Bases fisiológicas do comportamento e da cognição.
                 2- Raciocínio e aprendizagem
                 3- Educação dos sentidos e aprendizagem
                 4- Aprendizagem por conceitos
                 5- Formação de conceitos
                 6- Formação de conceitos – tipos de conhecimento
                 7- Inteligência – concepção
                 8- Desenvolvimento e aprendizagem
                 9- Sala de aula e pensamento
                10- Operações de pensamento
                11- Mapas conceituais
Bassedas, Huguet & Sole – Aprender e ensinar na Educação Infantil. Pág 20 a 31. Ed. Objetiva.  São Paulo 2008
 Damasceno, Benito – A mente humana –abordagem neuropsicológica. Revista Multiciência  UNICAMP – Campinas  .2004
Damasceno, Benito – Os processos neurológicos da formação de significados in  Fundamentos estéticos da Educação. Ed. Cortez.  Rio de Janeiro 1981.
Damásio, A – O mistério da consciência.  São Paulo. Cia das Letras. 2002.  
Damásio, A e Damásio, Hanna- O cérebro e a linguagem. Revista Mente e cérebro especial Percepção pág 22 a 29.
Editora Duetto – Revista Mente do Bebê 1,2,3 e 4. Edição especial –Sã0 Paulo. 2005.
---------------- Revista Mente e cérebro – Doenças do cérebro.  São Paulo.  2008
Fontana, Rosely e Cruz Nazaré – Psicologia e Trabalho Pedagógico. Ed. Atheneu. 2005
Khalsa, Dharma – A longevidade do cérebro. Ed.Objetivo. São Paulo1997
Leloulch, Jean – Desenvolvimento Psicomotor - de 0 a 3 anos Cap. 2 e 3
Moura, Ezio – Biologia Educacional. Ed Moderna. São Paulo 1991.
Piaget, Jean – Nascimento da Inteligência na Criança. Ed Guanabara. Rio de Janeiro 1987
-------------- - A formação social da mente. Ed Guanabara.  Rio de Janeiro. 2005.
-------------- Linguagem e Pensamento da criança. Ed. Fonte de cultura. Rio de Janeiro. 1973.
Raths,Louis ET alli – Ensinar a pensar EPU São Paulo 1977.
Silva,Ana Beatriz – Mentes Inquietas: entendendo melhor o mundo das pessoas distraídas ,impulsivas e  hiperativas. Ed. Gente  São Paulo  2003.

Tomaz, T. – Memórias e emoções – Ciência Hoje nº83 São Paulo Agosto 1992.


O PAPEL PEDAGÓGIC0 DOS NEURÔNIOS-ESPELHO
              Segundo os pesquisadores, os neurônios-espelho são essenciais na vida humana para realizar atividades diárias através da imitação. Também os neurônios-espelho estão relacionados á capacidade de sentir o que o outro sente e de perceber a intencionalidade do outro. É necessária, desde o nascimento, a formação de hábitos, higiene, regularidades no dia-a-dia, além da imitação sistematizada, o brinquedo, o faz-de-conta pode ser estimulação para os neurônios-espelho, desde o andar até o lidar com objetos e pessoas.
                 Ao portador de TDAH é necessário um trabalho mais intenso e sistematizado de ações positivas de outrem, de avaliações de seus atos; das regras estabelecidas, para que ele consiga espelhar-se no outro e começar a repensar e agir de uma forma mais positiva o que irá estimulá-lo a repetir esse comportamento.
              Os neurônios-espelho são células especializada, distribuídas por todo o cérebro, cuja função é determinar a outros neurônios e os órgãos que realizam as ações como os músculos e o coração; as mãos enfim o corpo para repetir comportamentos.
            Em consequência do processamento de uma fantástica quantidade de informações, a atividade integrada dos neurônios determina e modula o comportamento dos indivíduos e isto ocorre pela repetição de atos e situações agradáveis e necessárias à sobrevivência.  Por outro lado, os neurônios-espelho contribuem na estruturação da memória, que sem dúvida, guarda o que é mais significativo.
            Na medida em que haja atividades organizadas de acordo com a idade da criança, com jogos educativos, dramatizações, danças etc, como parte do currículo escolar, será possível estimular os neurônios-espelho de modo positivo, o que normalmente, não ocorre no ambiente escolar.
      OS NEURÔNIOS-GRADE E O TDAH
            Por outro lado, os neurônios-grade são uma das últimas descobertas que junto aos neurônios-espelho poderão ajudar o TDAH a reorganizar-se.                                                    Os neurônios-grade localizam-se no córtex entorrinal e registram continuamente o deslocamento espacial do organismo e repassam essas informações ao hipocampo, o que dá à memória uma dimensão espaço-temporal. Cada neurônio-grade projeta virtualmente no ambiente uma estrutura reticulada de triângulos perfeitamente eqüiláteros cujos vértices são sensíveis ao deslocamento. Essas células não recebem informação sensorial alguma.
            Segundo pesquisas dos neurocientistas John O’keefe e Jonathan Dostrosvsky,ambos da Universidade de Londres, o hipocampo seria o lócus neural de um “mapa cognitivo” do ambiente, uma idéia retomada de Tolman. As células de localização organizariam vários aspectos da experiência do ponto de vista espacial, codificando os eventos de maneira que as memórias recuperadas tenham uma dimensão espaço-temporal. O hipocampo fornece um contexto espacial vital para a memória episódica.
            Assim, qualquer de nossas lembranças ocupa algum ponto da linha de tempo, cruzado por uma coordenada no espaço, o que é mais uma forma de tornar cada momento único no sistema mnêmico de cada um. Assim, os conceitos de espaço-tempo são estruturados, através da ativação dos neurônios-grade. Ou seja, é necessário que haja regularidade nessa ativação, em atividades e vivências na escola e em casa. O aluno deve ser estimulado a organizar seus objetos, usar o espaço de sala, da escola, de casa, de modo adequado. E estes são os maiores problemas do TDA/H que, geralmente, são desorganizados no agir, pensar e falar, como já foi dito anteriormente.
Estudar os neurônios-grade ajuda a entender como indivíduos TDA/H organizam objetos, espaços, ações e os relacionamentos interpessoais. O seu jeito de agir é caótico e está relacionada, provavelmente, a interferência desorganizada e devastadora das emoções através da adrenalina e neurotransmissores que determinam um comportamento impulsivo. O processo ensino-aprendizagem é afetado, provavelmente, devido à incapacidade em manter a atenção por determinado e realizar e avaliar atividades, em sala e em casa, de modo organizado e sistemático. É necessário que os alunos com TDA/H tenham espaços com nomes, informações, figuras, atividades lúdicas e jogos com tempo determinado, área demarcada, gestos e movimentos bem definidos. A estimulação regular dos neurônios-grade poderá favorecer a inteligência espacial e os potenciais decorrentes, o gosto pela matemática, pela dança, por atividades desafiantes.                                                                                                                           
A afetividade é um vínculo importantíssimo para garantir a estruturação dos neurônios-espelho e dos neurônios-grade. Isto ocorre desde o nascimento, nas relações físicas e químicas com a mãe, na escola e nas relações com outras pessoas. O carinho, o afeto, o acolhimento são essenciais para configurar o que a criança considera significativo para aprender e reter. O professor representará, na escola, esse vínculo significativo nas atividades e rotinas diárias, envolvendo situações de prazer e alegria e de aprendizagens. Isso é aprender.
De acordo com WALLON (1995), o grande desafio do professor é enxergar seu aluno em sua totalidade e concretude, além dos potenciais que ele, professor, tem a missão de estimular.
Afetividade refere-se à capacidade, á disposição do ser humano de ser afetado pelo mundo externo/interno por sensações ligadas a tonalidades agradáveis ou desagradáveis. A teoria aponta três momentos marcantes, sucessivos na evolução da afetividade: emoção, sentimento e paixão. Os três resultam de fatores orgânicos e sociais e correspondem a configurações diferentes. Na emoção há predomínio da ativação fisiológica; no sentimento da ativação representacional; na paixão da ativação do autocontrole. É necessário um trabalho metódico e bem organizado para que essas dimensões se estruturem na criança e construa a sua personalidade.
Para OLIVEIRA (2005), o elogio é uma forma de afetividade que ajuda a despertar no aluno a sua auto-estima e o gosto em aprender. Seja em público ou em particular, o elogio desperta na criança um sentimento de potencialidade e de aceitação. Isso pode e deve acontecer em todas as situações na escola e provavelmente, fará com que o aluno se envolva cada vez mais nas atividades escolares diminuindo a indisciplina na sala. Ao reconhecer este fato, os professores poderiam passar a valorizar e destacar, de maneira sutil, por meio de elogios, mas sem comparações aos alunos atentos e participativos como forma de despertar na turma as vantagens de ser “bem comportado”. A afetividade  torna-se, então, uma forma de ensinar com amor e responsabilidade.
A RESPIRAÇÃO, O RELAXAMENTO PARA O TDA/H
            As crianças com TDAH precisam tanto quanto os adultos de uma ajuda para aprenderem a relaxar porque elas enrijecem seus músculos, ficam tensas, sofrem dores de cabeça e de barriga, sentem-se cansadas ou irritadas. A tensão física e emocional às vezes se manifesta através de comportamento que, à primeira vista, parece irracional. As atividades de respiração e relaxamento, segundo a neurociência, regula a frequência das ondas cerebrais e acalmam os impulsos elétricos . Então a dopamina e a serotonina produzem o bem estar necessário para manter qualquer atividade. A criança com TDA/H não consegue aliviar a tensão e nem expressar a fonte de sua tensão. Oferecer oportunidades para que as crianças relaxem em sala de aula é uma estratégia  vital para prevenir o transtorno; irrigar o cérebro e favorecer o equilíbrio neuro químico.                                                                               
Exemplo: Finja que você é um boneco de neve. Algumas crianças fizeram você e agora o deixaram aí parado, sozinho. Você tem cabeça, corpo, dois braços que saem retos e as suas pernas são sólidos. Amanhã está linda, o sol está brilhando. Em breve o sol fica tão quente que você sente que está se derretendo. Primeiro, é a sua cabeça que derrete,  depois um braço, depois o outro. Gradualmente, pouco a pouco, o corpo começa a derreter. Agora só restam os seus pés, e eles começam a derreter. Em pouco tempo você é só uma poça de água no chão.
Antes das  atividades mais exigentes podemos pedir-lhes que fechem os olhos e respirem algumas vezes profundamente, deixando sair sons enquanto expiram; e abram os olhos vagarosamente. Pode-se completar o exercício convidando-os a olharem  em volta e estabelecerem contato de olhar com as outras crianças.                                     
As técnicas de relaxamento são adequadas para crianças com TDA/H, pois tomam regular a estimulação cerebral afetiva, cognitiva e motora. Assim, todas os dias, o corpo, o cérebro e as emoções são condicionadas a desencadear, produzir determinados comportamentos que são agradáveis e significativos para as crianças. Por meio de relaxamento e utilizando a musica, o ritmo, as artes, poderemos levar a criança a descobrir novos interesses e novas possibilidades. Quando ela se acostumar a relaxar, poderá fazê-lo em qualquer  lugar e a qualquer momento, bastando algumas respirações profundas e uma rápida visualização de todo o corpo, enviando-lhe um comando de relaxamento. O organismo acostuma-se a obedecer nossas ordens  mentais, como já visto nos neurônios-espelho e neurônios-grade.
          
O TRABALHO PEDAGÓGICO E A ESTIMULAÇÃO  DO TDA/H
            As conseqüências positivas e negativas são as ferramentas mais eficazes para o manejo do comportamento tanto em sala de aula como em casa, sob a condição de um trabalho pedagógico que utilize todos os aspectos envolvidos naquela aprendizagem. Assim, o elogio, as recompensas devem estar relacionadas aos procedimentos, atitudes ou respostas dadas naquela situação e isso só será possível no trabalho escolar que tenha regularidades, desafios, inovação e que seja interessante. Considerando as pesquisas com os neurônios-espelho e neurônios-grade e suas possibilidades de uso na educação de crianças:
            - as atividades devem ser regulares e completas com princípio, meio e fim;
            - ordens e procedimentos devem ser claros e bem definidos em todas as            atividades;
            -regularidades e organização das atividades diárias, da rotina, dos hábitos, das             atividades em grupo;
           - organização dos objetos (sala, alunos), da escola e do tempo escolar                (atividades intra e extra classe);
          - ter regras claras e bem definidas, compartilhando  as normas com os alunos;
          -estimular positivas de valores comportamentais, estudos, ações, imitação de  modelos, de modelos, heróis , pessoas da comunidade, figuras ilustres;
         - organizar o trabalho pedagógico nas vivências humanas, atividades   psicomotoras, textos e todas as formas necessárias para entender qualquer conteúdo de acordo com a fase de desenvolvimento;
          -elogios e outras formas de atenção, como um sorriso, um sinal com a cabeça ou um tapinha nas costas, são ferramentas básicas que os professores têm à    disposição para auxiliar no dia-a-dia perante os alunos TDA/H.
            Isso é essencial, ainda na Educação Infantil, para consolidar as memórias que são enviadas ao hipocampo – onde ficam as memórias de longo prazo. Por isso, a ativação dos neurônios-espelho e dos neurônios-grade é o caminho do ensino ás crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem e TDA/H.
            De acordo com  OLIVEIRA (2005), apesar da boa intenção dos autores que defendem o fim do autoritarismo, da coerção, e da submissão do aluno e que  preconizam uma educação libertadora que valorize a autodisciplina, tornando o aluno participativo, consciente, responsável, crítico etc , estas teorias – a abordagem do desenvolvimento sócio-interacionista, o construtivismo etc, mesmo representando um grande avanço para a educação , muitas vezes, foram e ainda são mal interpretadas por parte de alguns educadores. Essa má interpretação causou grandes deturpações no atendimento do processo ensino-aprendizagem, principalmente no que se refere ao papel  do professor.                                                                                                                                              Alguns professores, não tendo clareza dessas propostas, entendem que segundo as novas abordagens devem deixar os alunos à vontade em sala de aula e adotam atitudes, na sua prática pedagógica, que acabam resultando em indisciplina. Um exemplo dessa má interpretação de abordagens é quando ouvimos de alguns professores que, no construtivismo, não se pode corrigir os erros das crianças, que elas podem fazer o que querem em sala de aula porque irão aprender por si só, conforme seu interesse e sua experiência. Dessa forma o professor, equivocadamente abre mão de uma autoridade benéfica que deveria exercer em sala de aula, em prol de um pseudo facilitador das descobertas.
            A tarefa fundamental da escola é promover o desenvolvimento efetivo do aluno, na medida em que deve formá-lo o mais competente possível. Na escola não deve haver somente momentos de brincadeiras, divertimentos e ensino facilitador. Ao contrario, a escola deve habituar o aluno a trabalhar com disciplina e seriedade. O estudo corresponde a um trabalho, não só muscular- nervoso, mas intelectual; é um processo de adaptação, é um hábito adquirido com esforço, aborrecimento e mesmo  sofrimento. A criança no trabalho escolar, fatiga-se necessariamente, e a escola deve procurar fazer com que ela apenas se fatigue quando for indispensável  e não inutilmente, mas é igualmente certo que será sempre necessário que ela se fatigue a fim de aprender e que se obrigue a privações e limitações de movimento físico, isto é, que  se submeta à ordem.
            Talvez para o professor seja mais difícil conseguir tamanha ordem e disciplina com os alunos TDA/H. Ele deverá caminhar junto com a família, pedagogo, psicopedagogo, e profissionais que estão cuidando daquela criança, seja psicólogo ou psiquiatra. Na maioria dos casos, há agravantes comportamentais sérios em sala de aula devido ao desconhecimento do professor sobre o assunto. Esse professor procura solucionar o problema da forma mais fácil possível : não permitindo que o aluno assista às aulas, determinando suspensão por três ou mais dias, usando rótulos que irão acompanhá-lo por toda a vida e sentindo aversão pela criança.                                                                                          Atitudes essas que não contribuem no processo evolutivo da criança.                                                                                                                                                Os pais devem estar sempre atentos ao bem estar da família através da alimentação e da segurança de seus membros. Devem demonstrar sempre  quanto o filho é amado, valioso e incutir nele o senso de responsabilidade. Devem comprometer-separa que se torne socializado para adentrar na sociedade e se beneficiar do conhecimento dos seus membros e, ficarem sempre atentos, pois para o  TDA/H  é necessário reforçar sempre a questões relacionadas ao desenvolvimento de habilidades inter pessoais ( aprender a esperar, dar a vez, escutar, perdoar, resolver problemas e cooperar com seus amigos ). E assim, caminhar visando o aperfeiçoamento da criança TDA/H na escola e na família.
O CÉREBRO E O PROCESSO DA HUMANIZAÇÃO

“Todas as possibilidades do mundo no homem estão esperando como a árvore espera em sua semente.”

                                                                              Sri Aurobindo - ashram trust

O cérebro em nível físico é instrumento privilegiado da mente para expressar-se e desenvolver-se. Assim, desde a Antiguidade, filósofos, artistas e cientistas formularam teorias e concepções relacionadas ao seu desenvolvimento, características e importância na vida humana, bem como as relações mente e corpo. “Mente sã em corpo”. É uma máxima que fundamenta a visão da saúde como resultado do equilíbrio mente e corpo.
Nos estudos iniciais do cérebro ele foi dividido em lobos onde se localizariam as funções superiores do Homem. Assim, a área do lobo temporal esquerdo seria responsável pela compreensão da linguagem. Acreditava-se que todos os destros e 30% dos canhotos utilizariam apenas o hemisfério esquerdo no desempenho das funções linguísticas.
Após pesquisas detalhadas em pacientes com déficit de linguagem ou lesão cerebral, os linguistas descobriram que as funções da linguagem se espalham por uma área grande do córtex e regiões subcorticais e parte superior do tálamo. É bastante provável que a fala, assim como a compreensão da linguagem ativem complexas redes de diferentes regiões cerebrais e não apenas o hemisfério esquerdo.

O desenvolvimento das técnicas de imageamento do cérebro permitiu examinar uma pessoa enquanto executa uma tarefa; investigar o local onde as ações são registradas e ainda como as áreas cerebrais responsáveis pela linguagem se relacionam desde a vida pré-natal.
Por exemplo, para saber onde fica a área da sintaxe (construção de frases); a semântica (significado das palavras) e a prosódia (melodia do discurso), estudiosos recorreram à ressonância magnética funcional que registra a atividade dos neurônios e as alterações de concentração de oxigênio no cérebro.  Foi medida a atividade cerebral de voluntários enquanto ouviam frases corretas e outras que continham palavras com significado absurdo ou frase com erro sintático ou gramatical. Observaram-se então as áreas que registravam o significado das palavras em que nas frases incorretas e frases absurdas havia mudanças na atividade neuronal.
Ao ouvirmos a língua falada o cérebro desempenha a analise acústico-fonética das palavras (o que é; parece com que?; qual o significado?; qual a imagem? etc). Depois ele separa as informações no hemisfério esquerdo, nas partes superficiais do lobo temporal e as regiões profundas do lobo frontal analisam primeiro as categorias de palavras (leitura). O sistema de reconhecimento da linguagem assimila a estrutura sintática e em seguida veem a informações semânticas em frases (escrita).
No hemisfério direito é elaborada a informação prosódica sobre a sequência dos sons: todo esse processo demanda no máximo 600 milissegundos por palavra e também foi constatado que as áreas do cérebro amadurecem em ritmos diferentes, desde a fase pré-natal.
Assim, a percepção sensitiva precede as demais e a criança ouve desde o terceiro mês de gestação e reage a sons familiares. Isto ocorre porque as suas vias nervosas aferentes amadurecem antes de suas vias nervosas eferentes, ou seja, o bebê recebe muito mais informações do que pode responder.
Desse modo, embora o bebê não tenha condições de distinguir os princípios lógicos do que ele ouve ou sente, muito cedo começa a reagir conforme os estímulos sejam ou não positivos. Com apenas três dias de vida, o bebê pode diferenciar o rosto humano de outras figuras circundantes, mas não identifica os traços. Porém, distingue detalhes da fonação de modo surpreendente: a pesquisadora francesa Ghieslaine, demonstra como os recém-nascidos diferenciam a mudança de uma consoante em uma série repetida da mesma sílaba, embora não diferenciem a constante da sílaba de uma única vez sem repetição de uma delas. Também ele se reconhece na prosódia paterna e sabe diferenciar o idioma em que habitualmente se lhe falam e se torna capaz de reconhecer suas próprias imagens no espelho.
Progressivamente ocorre a diversificação de funções, pois que a evolução da espécie acabou por criar e multiplicar zonas especializadas e que para funcionar de forma integrada essas áreas dependem da modelagem que lhe seja impressa nos primeiros anos após o nascimento.
Daí a importância da Educação Infantil na estimulação sistemática e progressiva nos chamados “anos decisivos”, ou seja, de 0 a 6 anos.
Se o sistema nervoso nasce incompleto e o cérebro apresenta uma imensa plasticidade neural, são reais as possibilidades do desenvolvimento biopsicossocial – o fundamento da construção progressiva do Ser Humano – concepção corrente em todas as áreas do conhecimento.
Como estas áreas se inter-relacionam? Quais as consequências dos problemas ou da estimulação do desenvolvimento do cérebro? Até que ponto se influencia a estimulação do desenvolvimento físico e mental?
São essas perguntas que atualmente a Neurociência se faz, com técnicas modernas de imageamento do cérebro e através dos estudos das lesões e perdas neuronais e suas consequências na fala, na compreensão, no comportamento e na aprendizagem.

Através de estudos das psicoses, da loucura, de distúrbios apresentados por pacientes nos hospitais psiquiátricos observou-se que certas áreas não respondiam quando estimuladas eletricamente – porque se relacionava as dificuldades no comportamento, na fala, na compreensão, na leitura, nos movimentos, etc.
Então, cada vez fica mais claro que o cérebro funciona em rede e que os dois hemisférios se comunicam desde as percepções e ações motoras às sensações internas e externas e as funções cognitivas (atenção, memória, raciocínio e todas as operações mentais).
Elas se integram continuamente nas áreas de interpretação, sejam motoras, perceptivas ou ideativas e produzem a compreensão do mundo, a aprendizagem de conceitos, habilidades ou atitudes.
Por outro lado, as descobertas sobre os neurônios-espelho e neurônios-grade mostram que este processo se baseia nas percepções viso-auditvo-motoras de tempo e espaço. Ou seja, a aprendizagem se funda na imitação, na repetição e na rotina das ações, atitudes, hábitos e da linguagem ouvida, falada ou lida.
Por isso, a importância da ação educativa pela imitação, afetividade e a estimulação visual, auditiva e psicomotora para fortalecer o amadurecimento e integração das áreas do cérebro. Então, as funções superiores da lógica da matemática e da linguagem seriam tão importantes nos currículos escolares quanto às atividades lúdicas e artísticas predominantes no hemisfério direito.
Essa é a Educação Integral que desde os primeiros anos podem favorecer o amadurecimento dos neurônios aumentando as sinapses os dendritos e as conexões que se complexificam quanto mais sejam adequadas e ricas às situações e vivencias psicomotoras afetivas e sociais.
Daí, a necessidade da estimulação das áreas do cérebro com atividades integradoras, envolvendo ritmo, linguagem, música, jogos e todas as formas significativas de aprendizagem, trabalhando os conhecimentos físicos, lógico-matemática e sócio-culturais segundo propõe Jean Piaget.
Essa integração permitirá a criança e ao adolescente a pensar de modo vasto e complexo desde os anos iniciais de sua vida, ou seja, devemos ensinar-lhes por relações e não por categorias; por sistemas e não por partes.
É preciso trabalhar desde cedo os processos mentais necessários a percepção das relações entre atributos e qualidades memorizadas, compreendidas e expressas, sobretudo pela linguagem – instrumento essencial da aprendizagem.
É importante, pois, que o pensamento sistêmico seja desenvolvido no educando e no educador, para que se criem as condições para as elaborações mentais de que o cérebro é capaz e cada vez mais ampliá-las no desenvolvimento das 100 trilhões de conexões estimadas entre os neurônios do cérebro adulto e que espero ser exploradas. Quanto mais conexões, mais memória, mais aprendizagem, melhor a organização das ideias e dos pensamentos.
Nesta perspectiva, a aprendizagem é a criação dos significados – um processo complexo de relações onde as experiências são preservadas a partir do significado que o Homem lhes atribui. A experiência que ocorre em nível do “vivido” é simbolizada e armazenada por meio da linguagem. (Então, os mecanismos básicos da linguagem são: 1º) o interesse (ou o motivo): somente se aprende aquilo que se considera útil na sobrevivência física, social ou psíquica;
(2º) a memória – permite a retenção dos valores atribuídos ao que é experimentado ou aprendido;
(3ª) generalização e transferência – permitem interpretar e agir em novas situações com base nos significados e valores aprendidos e vivenciados.
Focalizando sua atenção sobre o que sente (o significado), suas relações, causa e consequências, o individuo pode encontrar novos significados, novos símbolos e novas formas de expressão. Isto é um exercício de metacognição e de autoconsciência – a razão de ser do processo de humanização e de transformação do mundo.

                                                    Organização de Maria de Lourdes Fioravante


“Há em todas as coisas visíveis uma fecundidade invisível. 
Uma luz tênue, uma humildade anônima, uma plenitude oculta.
Há em todas as coisas uma inexaurível doçura e pureza, um silêncio que é uma fonte de ação e de alegria. 
Surge sem palavras,  imensamente da mente, de dentro...”  

                                                Thomas Merton – Aprender a ver. In Ananda n} 28pag.14.

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Sinapses cada vez mais fortes


Cientistas americanos e alemães desvendaram mais uma faceta molecular da memória de longo prazo.
Em resposta à estimulação contínua,o mecanismo conhecido como fortalecimento de sinapses atinge seu ponto máximo e depois silencia dando lugar a outro só agora revelado.
Em ambos os casos o neurotransmissor envolvido é o glutamato, mas enquanto no primeiro mecanismo receptores de ação rápida (que são canais tônicos) participam do processo, no segundo, receptores de efeito mais lento (conhecidos como metabotrópicos) entram em ação.
Publicada na revista Science, a descoberta tem grande impacto nos estudos sobre consolidação da memória.

Fonte: Revista Mente e Cérebro nº181.pág.25 




















                                                                                 

                                                                          

domingo, 2 de junho de 2013

COMO ENSINAR A LER?

COMO ENSINAR A LER?  

LEITURA ORAL E MEMÓRIA

    O trabalho de aprendizagem da leitura através de textos provocará inúmeras atividades de expressão oral e, portanto de audição. As atividades criadoras, parte integrante dos passos básicos da aula de leitura, são todas situações que irão influir, direta ou indiretamente, no campo da expressão oral.
As histórias, os poemas, as dramatizações serão fontes de enriquecimento de idéias, do vocabulário e de percepção de relações, além do estímulo da imaginação e da emoção. Destas atividades surgirão as composições das crianças que serão registradas pelo professor.
Quantas crianças que, depois da interpretação livre de uma música, dançam e expressam verdadeiras composições criadoras, verbalizando as emoções sentidas e deixando falar  a sua imaginação? E quantas que, não dominando a palavra, falam por meio dos dedos, no contato com a argila, ou no contato com a tinta na pintura? E estas mesmas crianças depois de se expressarem concretamente, são às vezes capazes de verbalizar o que fizeram.
Daí verifica-se a relação da dança, da pintura, dos recortes e da modelagem com a expressão oral.    
Por isso, segundo Ieda Dias, "a interpretação da gravura permite a criança deixar a experiência concreta e entrar no campo da simbolização - visualização da experiência, pelo desenho, e colocação dessa experiência colocando em palavras (linguagem oral)".
Ela verbaliza a experiência colocando em palavras as várias relações existentes entre as personagens, os objetos ou fatos. A percepção e compreensão das relações na interpretação da ilustração preparam o aluno para perceber e compreender a ação das personagens no texto.
            "Interpretação da leitura silenciosa - na  leitura silenciosa o aluno entra em contato com o símbolo escrito (lembre-se de que o símbolo escrito é representação do símbolo oral que já é, por sua vez, representação da realidade - daí dizer-se - que a leitura é abstração da abstração).
Ler, Falar e Ouvir
         A leitura silenciosa é um encontro interior profundo com a mensagem escrita. O leitor raciocina, avalia, julga as idéias, aceitando-as ou rejeitando-as. É trabalho intelectual e emocional.
         A leitura silenciosa visa, essencialmente, ao desenvolvimento das habilidades intelectuais. Por isso mesmo, ela é dirigida por perguntas que apelam para os diversos processos mentais. As perguntas variam conforme a natureza e as possibilidades do texto. “Há textos que favorecem á análise da causa e efeito, outras a exploração de detalhes, outros a apreciação de atitudes  ou julgamentos etc”.
            "Interpretação pela leitura oral -  a leitura oral  é o coroamento do trabalho da interpretação. O trabalho anterior, da interpretação da gravura e da leitura silenciosa, prepara o aluno para expressar em voz alta, com cadência e ritmos adequados as experiências transmitidas das pela leitura (a fluência e expressão estarão condicionados a automatismos, tais como: boa pronúncia, articulação correta, pausa ritmos a que serão adquiridos com exercícios para tal fim)".
A direção da interpretação da gravura será feita por meio de perguntas que ajudarão o aluno a perceber: 
·         Relações de distâncias, posição e tamanho entre personagens e objetos, que revelam sentimentos entre os mesmos;
·         Sentimentos, emoções, reações pela expressão facial e movimentos corporais;
·         O tipo de ambiente pelos objetos, vegetação ou outros elementos;
·         Tempo, hora em que se passa a cena pela análise de relações de diversos elementos;
·         A influência das cores e do ritmo (pelos traços) na criação de suspense, humor e ação.
As perguntas deverão ser feitas de tal forma que sugiram respostas, mas levam o aluno a pensar, a refletir. Uma resposta descuidada será sempre seguida de outra pergunta que exija reflexão. E sempre o professor deverá fazer perguntas completas e exigir respostas completas também. Isto constituirá um exercício de fixação das expressões e palavras estudadas, respondendo às questões do método científico: o que? Como? Quem? Quando? Por quê? Para que? Com quem? Com que? Etc. 
Observe-se que esta direção de aprendizagem será difícil e até impossível na soletração (que predomina no momento) ou na silabação e também no método fônico, todos preocupados com a correspondência grafema - fonema e, não, com o significado das palavras e frases. 
Ora, estas mesmas crianças, depois de se expressarem "concretamente", são estimuladas a verbalizar o que fizeram, realizando um incipiente metacognição, ou seja, um pensar sobre o que se faz. Neste aspecto a criança estará passando do dialogo interior que geralmente acompanha as ações na fase pré-operatória (segundo Piaget), para a organização lógica do pensamento e a formação dos conceitos básicos. Aí estão as várias técnicas de se apresentar o vocabulário e a exploração da leitura e das histórias sempre dentro da sequência lógica dos fatos (princípio, meio e fim) constituindo uma totalidade em que toda palavra deverá estar dentro de estruturas e de situações significativas.
            Use sempre a pantomima, as situações concretas, as histórias, o objeto ou a gravura para que a palavra passe pelos sentidos. Diz Mauree Applegate, que as palavras precisam ser ouvidas, cheiradas, olhadas, experimentadas para que sejam apreendidas. Em outras palavras Applegate nos mostra a importância das percepções sensoriais na aquisição do vocabulário.
Ler e Escrever
Leitura e linguagem escrita aparecem ao mesmo tempo. A afirmação feita anteriormente de que a criança caminha mais devagar na aquisição da escrita, foi no sentido do uso deste instrumento pelo aluno. Desde o período de prontidão - a preparação psicomotora da alfabetização - quando o professor escreve o nome do aluno no quadro, ele está usando a linguagem escrita e a leitura. Quando o professor elabora legenda e avisos para os diversos "cantinhos e objetos da sala" e a criança curiosa lhe pergunta: "O que mesmo está escrito aqui? E o professor lhe diz, ela vai relacionando palavras com sua imagem escrita. Ela vai percebendo que a escrita é uma forma de falar, de comunicar idéias e que a leitura é outra forma de receber, de compreender o que alguém escreveu. Desta forma a leitura e a linguagem escrita aparecem juntas como consequência de um programa rico de situações naturais de comunicação. E desta forma, as crianças irão perceber o real sentido de ler e do escrever.
A criança observa, convive com a escrita, mas não faz uso dela, ainda. Vai usar a linguagem escrita mais tarde, porque o seu uso exige outros instrumentos: 
A Escrita: (traçado ou desenho das letras que pressupõem desenvolvimento viso-motor, e a coordenação motora fina / imobilidade corporal), além da lateralidade.
A Ortografia: (escolha certa da letra para representar determinado som, o que pressupõe relações áudio-viso-motoras; realizadas nos exercícios de ortografia, criticados pelo "construtivismo" mas essenciais na aquisição dos automatismos básicos da escrita. Esses "treinos" devem ser realizados sempre a partir de estruturas, com estudo para identificação e fixação progressiva das palavras - chave. Esse é um trabalho metodológico imprescindível que não é compatível com o "construtivismo" e com o letramento do modo como é entendido.
Assim, nessas décadas de "desmetodização" (quando os métodos de alfabetização foram abolidos), os professores não sabem como ensinar a ler e escrever, porque não há uma orientação metodológica para isso, pois que é considerada retrógrada e desnecessária.
 No nosso entender, aí está a causa de os alunos escreverem como falam, sem regra ou qualquer referência nos automatismos da Língua Portuguesa. Entretanto, é isto que a criança e o adolescente têm o direito de dominar: o conhecimento e uso da língua materna, na sua modalidade culta, com competência, correção e beleza.
Quando os parâmetros de correção do ENEM são rebaixados e predomina a avaliação qualitativa em todos os níveis de ensino, provavelmente isto ocorre pelo lamentável empobrecimento no ensino da língua e a falta do conhecimento e uso das regras, necessários em qualquer idioma. Eis aqui a fábrica dos analfabetos funcionais - os que não sabem escrever um pequeno texto nem interpretá-lo ou transmiti-lo a outros embora muitos já sejam diplomados! 
A Gramática: esta será dada pelo convívio das estruturas da língua, nas diversas situações, especialmente no material de leitura na organização lógica do pensamento. As respostas dos alunos na exploração das gravuras, nas vivências da leitura silenciosa ou oral são oportunidades para expressão correta do pensamento, com frases completas e com sentido. 
O domínio básico da gramática significará aquisição efetiva dos automatismos da língua que deverão ser ampliados na pós alfabetização;  aperfeiçoados e aprofundados nas demais séries do Ensino Básico. 
Eis, o que precisa acontecer, segundo o Programa  de alfabetização na   Idade Certa (PRONAIC) para que o país se desenvolva com uma Educação de qualidade... Uma meta difícil numa alfabetização sem método e sem caminho.
O que fazer?    
                                                                   Organização Maria de Lourdes Fioravante (Pitucha)